segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mianmar fechada para a comunicação

















Publico um pouco tarde esta notícia, mas prefiro eternizá-la no blog a ocupar espaço no meu PC. As informações integram um momento em que participei como observador do VI Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado do Projeto Repórter do Futuro, organizado em parceria com o Oboré e ABRAJI, entre outras entidades.

Segue:
O discurso parece estar servindo de ferramenta nas atuais guerras entre nações para atingir a opinião pública. Preocupados com o poder da tecnologia, governos em conflito com grupos opositores ou Estados em combate com forças armadas contrárias estão cortando os meios de comunicação para evitar que informações comprometedoras venham a público.

O governo militar de Mianmar desconectou, no final de setembro, o país da internet, como forma de impedir o vazamento de testemunhos, fotografias e vídeos sobre a repressão desencadeada durante o mês contra monges budistas, estudantes e opositores.

Diversas imagens sobre a repressão que a população estava sofrendo na extinta Birmânia começaram a chegar às redações e a ser publicadas em páginas eletrônicas pessoais. “Vivemos numa época dominada pela imagem”, comentou o jornalista Carlos Fino, ex-correspondente em Bagdá da RTP, Rádio e Televisão de Portugal.

Seja jornalístico ou apenas rascunho, o discurso é construído de acordo com o período geopolítico da história. O escritor procura o vilão, constrói a informação e distribui na comunidade internacional o objetivo de suas propostas.

A justificativa do governo de Mianmar foi de que as conexões deixaram de funcionar em razão de problemas com um cabo submarino. Mas a entidade RSF, Repórteres Sem Fronteiras, que monitora as dificuldades de comunicação impostas pelos militares locais, contestou a versão.

O corte das comunicações atingiu também o fotógrafo japonês Kenji Nagai. Um vídeo feito por celular mostra uma cena de seu assassinato, no dia 27 de setembro, depois de ser alvejado por um militar que reprimia manifestantes em local público.

Sem fazer qualquer menção ao fotógrafo, o ex-correspondente Carlos Fino acredita que o repórter precisa ter precaução. Mas alguns profissionais se aventuram sem ter a preparação, assim ficando à mercê de assaltos e troca de tiros. “A informação é parte da guerra”, disse o jornalista.

A imagem da Reuters mostra o fotógrafo japonês Kenji Nagai caído.

2 comentários:

Gilberto Gonçalves, mtb 11576 disse...

Seja bem vindo ao mundo dos blogueiros. Espero que não desanime.
Vamos nessa!

Filipe Prado disse...

Muito obrigado! Quando fazemos as coisas com prazer, desistir é uma atitude irreal. Abraços!