Em entrevista ao jornal La Nación, Owen Fiss, professor de Direito da Universidade de Yale e ex-secretário da Suprema Corte dos EUA, criticou a postura de presidentes de se opor à imprensa e não conceder entrevistas coletivas.
A entrevista foi publicada no mesmo dia em que o novo embaixador da Venezuela na OEA discursou classificando a "ditadura midiática" como a "maior ameaça" à democracia (leia no blog Periodismo en Las Américas).
Leia abaixo alguns trechos da entrevista.
"Quando (um presidente) não dá nenhum tipo de entrevista coletiva, o problema é que está negando à opinião pública a informação necessária para avaliar as políticas do governo. Por outro lado, quando só dá entrevista a jornalistas em que o poder confia, a distorção é dupla, porque, por um lado, a informação chega através desses jornalistas pouco objetivos e, por outro, se dá a esses meios de comunicação amigos uma posição indevidamente privilegiada no debate público. (...) O efeito é um castigo a quem informa de maneira imparcial. Qualquer jornalista que critica o governo sabe que se arrisca a não ter acesso ao presidente."
"Um presidente democrático nunca ataca os meios de comunicação, e sim defende suas posições perante a opinião pública. É chamativo que alguém que não dê entrevistas coletivas ou apenas fale com jornalistas amigos questione a imprensa da maneira com que alguns o fazem."
"A liberdade empresarial pode chegar a interferir no direito cidadão a contar com toda a informação adequada. Por outro lado, isso não significa que o poder político, nesse caso a presidente, tenha automaticamente razão quando acusa os meios de comunicação de não cumprirem seu dever de informar de maneira eqüânime. O que eu digo é que isso pode acontecer, embora, em minha opinião, o que ocorre em geral com os ataques dos presidentes à imprensa é que buscam bodes expiatórios. Esse fenômeno não se restringe à Argentina."
Por Marcelo Soares
(http://knightcenter2.communication.utexas.edu/?q=pt-br/node/1210, retirado em 26/07/2008 às 1h48)
A entrevista foi publicada no mesmo dia em que o novo embaixador da Venezuela na OEA discursou classificando a "ditadura midiática" como a "maior ameaça" à democracia (leia no blog Periodismo en Las Américas).
Leia abaixo alguns trechos da entrevista.
"Quando (um presidente) não dá nenhum tipo de entrevista coletiva, o problema é que está negando à opinião pública a informação necessária para avaliar as políticas do governo. Por outro lado, quando só dá entrevista a jornalistas em que o poder confia, a distorção é dupla, porque, por um lado, a informação chega através desses jornalistas pouco objetivos e, por outro, se dá a esses meios de comunicação amigos uma posição indevidamente privilegiada no debate público. (...) O efeito é um castigo a quem informa de maneira imparcial. Qualquer jornalista que critica o governo sabe que se arrisca a não ter acesso ao presidente."
"Um presidente democrático nunca ataca os meios de comunicação, e sim defende suas posições perante a opinião pública. É chamativo que alguém que não dê entrevistas coletivas ou apenas fale com jornalistas amigos questione a imprensa da maneira com que alguns o fazem."
"A liberdade empresarial pode chegar a interferir no direito cidadão a contar com toda a informação adequada. Por outro lado, isso não significa que o poder político, nesse caso a presidente, tenha automaticamente razão quando acusa os meios de comunicação de não cumprirem seu dever de informar de maneira eqüânime. O que eu digo é que isso pode acontecer, embora, em minha opinião, o que ocorre em geral com os ataques dos presidentes à imprensa é que buscam bodes expiatórios. Esse fenômeno não se restringe à Argentina."
Por Marcelo Soares
(http://knightcenter2.communication.utexas.edu/?q=pt-br/node/1210, retirado em 26/07/2008 às 1h48)
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