segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Manutenção

Preparando novidades para os leitores. Agradeço pela cooperação.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

DNA identifica vítima da ditadura

O Ministério Público Federal em São Paulo recebeu na terça-feira, 27, a confirmação oficial de que o exame de DNA dos restos mortais exumados, em 1.º de abril, no cemitério de Perus, zona norte da Capital, é do espanhol Miguel Sabat Nuet.

Nuet foi preso por uma equipe do Departamento de Operações Internas (DOI) em 9 de outubro de 1973 e apareceu morto um mês depois em sua cela. Segundo a polícia informou na época, o espanhol teria se suicidado.

A procuradora da República Eugênia Fávero, responsável pelo Inquérito Civil Público que busca a identificação das vítimas da Ditadura enterradas em Perus, representará aos procuradores da área criminal solicitando a abertura de investigação para apurar as circunstâncias da morte de Nuet e, se possível, identificar os autores do crime.

Para Eugênia Fávero e o procurador regional da República Marlon Alberto Weichert, a investigação e a punição de crimes da Ditadura é possível sem a necessidade de se alterar a lei da Anistia, pois os crimes cometidos no período são crimes contra a humanidade.

Ele foi preso e morto no Doi-Codi em janeiro de 1972. Relatório da Marinha informa que ele foi "morto em tiroteio com agentes de segurança". A nova exumação será feita em outra quadra do cemitério.

O espanhol, que morreu aos 50 anos, era um vendedor de veículos que morava na Venezuela. Nuet não tinha nenhuma ligação conhecida com organizações de esquerda. Ele foi preso em 1973 por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e na sua ficha constava um "T" vermelho, que significa "terrorista", mas nunca foi provado seu envolvimento com nenhuma organização da luta armada.

Em relação a identificação de outras vítimas, o MPF fará uma nova tentativa de exumação de restos mortais que podem ser de Hiroaki Torigoe, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), do Movimento de Libertação Popular (Molipo) e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Grupo egípcio pode proibir transplante de órgãos entre muçulmanos e cristãos

Tomás Alcoverro

Há anos a Confraria dos Irmãos Muçulmanos, poderosa organização político-religiosa sunita do Egito, através da eleição de seus candidatos, domina os mais importantes colégios profissionais, como o dos médicos. Agora essa entidade acaba de adotar uma grave medida que pode atiçar ainda mais as dissidências religiosas entre a maioria da população islâmica e a minoria cristã, ao proibir o transplante de órgãos entre muçulmanos e cristãos.

Argumentam que se trata de proteger os muçulmanos pobres dos cristãos que compram seus órgãos, de defender os doentes vulneráveis dos que tentam lhes roubar partes vitais de seu corpo. A direção dessa entidade profissional adverte que os médicos que descumprirem a ordem serão punidos.

A reação das autoridades religiosas da comunidade copta, formada pelos descendentes dos antigos egípcios, e que segundo estimativas oficiais constitui cerca de 10% da população de 76 milhões de egípcios, foi de indignação. "Todos temos o mesmo sangue egípcio", declarou um bispo do Cairo, "e se o motivo dessa medida é proibir o tráfico de órgãos a rejeitamos porque também pode ser efetuado entre crentes da mesma fé. É uma decisão perigosa, que pode levar à proibição de doações de sangue entre cristãos e muçulmanos, ou mesmo que se impeça um médico de examinar ou tratar um doente de outra religião".

Diante dessa grave situação, a instância religiosa máxima sunita do Egito, Al Azhar, se pronunciou contra a medida, afirmando que provocará divisões e discriminações religiosas. A direção da Al Azhar lamenta não ter sido consultada e pediu ao Colégio de Médicos que retifique. Algumas ONGs egípcias apresentaram denúncias à justiça, insistindo que viola os direitos humanos, a Constituição do Estado e a união nacional.

Nos últimos meses endureceram os incidentes religiosos periódicos no Egito.Em maio foram assaltados os mosteiros de Malaui e Abu Fena, no alto Egito, e antes no povoado de Isna, no sul, incendiaram uma dúzia de lojas de proprietários coptas. Em Abu Fena muçulmanos e coptas se enfrentaram depois do seqüestro de três monges. Segundo testemunhas, o incidente foi causado porque haviam recomeçado a construção de um muro ao redor do mosteiro, aprovado pelas autoridades, sobre terrenos de muçulmanos que se opuseram à força.

A igreja copta, dirigida pelo papa Shenuda III, exortou vivamente o presidente Hosni Mubarak a garantir a segurança dos cristãos, rogando que impedisse novos ataques contra os monges. Em uma manifestação, centenas de pessoas clamaram: "Com nosso sangue e com nossa alma defenderemos nossa cruz". Os coptas denunciam a passividade das forças de segurança diante das agressões contra suas propriedades.

Na década de 1990 o Egito sofreu ondas de atentados cometidos pela organização Gamaa Islamiya que visavam principalmente os coptas, turistas ocidentais e dignitários do regime autoritário de Mubarak. Nos tempos de Nasser e de Sadat, os coptas sofreram discriminações impostas pelo poder.Pouco antes de seu assassinato, Sadat havia mandado deter o papa Shenuda III e outros 20 sacerdotes, acusados de animar desordens religiosas e fomentar a hostilidade contra o governo. Mubarak ordenou em 1982 o fim de sua detenção domiciliar. O papa cumpriu sua pena em um dos antigos mosteiros coptas do Egito. Como tantas minorias afastadas do poder no Oriente, os coptas se refugiaram em sua religião.

Hoje está em exibição nas salas de cinema árabes um filme ousado, "Hassan e Marcos", protagonizado pelos populares atores egípcios Omar Sharif e Adel Iman. Este interpreta o personagem de Hassan, um cristão que para escapar das ameaças dos extremistas de sua religião se faz passar por um xeque árabe, e Sharif encarna um muçulmano moderado que pelo mesmo motivo adota a aparência de um pensador cristão liberal. O filme polêmico tenta afirmar a união nacional do Egito, ameaçada pelas dissidências religiosas.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Visite o site do La Vanguardia
(http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lavanguardia/2008/08/21/ult2684u467.jhtm, em 21/08/2008)

sábado, 16 de agosto de 2008

Mídia manipulada e censurada por anúncios governamentais

A versão online da revista colombiana Semana debate um novo relatório segundo o qual a excessiva dependência de anúncios de governos nacionais ou locais limita a liberdade de imprensa no continente. Na Argentina, diz o Rio Negro Online, o relatório aponta crescimento de 600% na publicidade oficial na era Kirchner.

O estudo "O preço do silêncio: abuso da publicidade oficial e outras formas de censura indireta na América Latina" foi produzido pela Associação pelos Direitos Civis (
ADC), da Argentina, e pela Iniciativa de Justiça do Open Society Institute (OSI).

De acordo com o relatório, os governos raramente fazem proibições diretas. Entretanto, eles expandiram o uso de anúncios oficiais para recompensar ou punir quem faz determinadas coberturas. Essa censura indireta ameaça a independência editorial e distorce o noticiário, especialmente em alguns meios de comunicações locais, onde anúncios oficiais são responsáveis por mais da metade da receita.

O relatório analisa a crescente interferência governamental em sete países (Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, Peru e Uruguai) e foi pesquisado com o auxílio de várias organizações locais.

A censura indireta, revela o relatório, também ocorre por meio de pressões contra jornalistas e donos de meios de comunicação, recusa ao acesso a informações públicas e a concessão desigual de licenças para operar emissoras de rádio e TV.

O sumário executivo e o relatório completo estão disponíveis
nesta página.

Por Ingrid Bachmann
(Retirado do http://www.knightcenter.utexas.edu/?q=pt-br/node/1397 em 26/05/2008 às 12h47)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Reserva Cultural terá Mostra de Cinema Chileno

Integrando as atividades da Semana do Chile em São Paulo, a Mostra de Cinema Chileno, no Reserva Cultural, está programada para começar na sexta-feira, 22 de agosto. Esta é a primeira exibição no Brasil dedicada a filmes com produções do Chile.

Até quinta-feira, 28, serão exibidos os filmes “Padre Nuestro”, de Rodrigo Sepúlveda, “Mala Leche”, de León Errazuriz, e “1973 Revoluciones por Minuto”, de Fernando Valenzuela.

Datas e horários:

“Padre Nuestro”, de Rodrigo Sepúlveda
Comédia/Drama
13/08, às 10h30
“Crianças, por favor, tirem-me daqui”. Esse parece ser o último desejo que Caco - um bon vivant empedernido, que abandonou sua família nove anos atrás - faz a Pedro, Meche e Roberto, seus filhos, enquanto passa seu último dia de vida em um hospital de Valparaíso.
Os filhos, juntamente com Maite, a segunda mulher de Pedro, não suspeitam que este velho divertido, alegre e excêntrico de outrora, desta vez fala sério e fará todo o possível para reunir sua família; ainda quando isto lhe custe sua vida.
A constatação da morte próxima, somado ao magnetismo e encanto de Caco, fazem com que Roberto em um primeiro momento, e Pedro mais tarde, o acompanhem na última grande festa de sua vida; uma noite pelos bares, ruas e prostíbulos de Valparaíso (cidade patrimônio cultural da humanidade) cheia de recordações, emoções e segredos, que os reencontrará com o mais genuíno de cada um e que somente concluirá com a chegada de toda a família a Quinteros, o balneário que os acolheu durante sua infância.

“Mala Leche”, de León Errazuriz
Ação
14/08, às 10h30
História de dois jovens marginais que debutam desastrosamente em uma transação de drogas. Com suas vidas em risco, terão que cumprir um prazo de dois dias para repor o dinheiro perdido, o que os levará a uma desenfreada escalada de delitos.

“1973 Revoluciones por Minuto”, de Fernando Valenzuela.
Documentário ficcional
18/08, às 10h30
Em Nova Iorque, um ator em um teatro vazio revive as últimas horas de vida do Presidente Salvador Allende, no dia 11 de setembro de 1973. Com a certeza de que está lutando em sua última batalha, recorda sua infância, seu pai, sua família, as mulheres que amou... E confronta, como um herói grego, seu destino fatal.

Informações sobre a programação completa:
Mostra de Cinema Chileno
Reserva Cultural
Avenida Paulista, 900. Térreo Baixo
Entre as estações Trianon Masp e Brigadeiro do metrô
http://www.reservacultural.com.br/ - (11) 3287-3529

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Oca inova a Bossa Nova

Calçadão, areia e luzes ilustram praia de Copacabana

Passados 50 anos do surgimento de um revolucionário estilo musical, a exposição "Bossa na Oca" traz de maneira ainda mais atraente os cantos e encantos para São Paulo. Desde o dia 7 de julho no espaço Engenheiro Lucas Nogueira, conhecido popularmente por Oca, no Parque do Ibirapuera, a mostra pretende explorar a modernidade da Bossa Nova até 9 de agosto.

Os diretores Carlos Nader e Marcello Dantas foram corajosos e relacionaram a modernidade da Bossa Nova do final da década de 1950 com a diversidade dos recursos tecnológicos.

A visitante Daniela de Souza, estudante universitária, ficou atenta para a relação da modernidade do estilo musical de 50 anos atrás com as inovações tecnológicas exploradas na exposição. “Acho que isso ajudou a atrair a atenção de muitos jovens que não presenciaram o período da
Bossa Nova”, comentou a estudante.

Os clássicos de Nara Leão, João Gilberto, Tom Jobim, entre outros músicos do
movimento, ganharam a companhia também de Roberto Carlos e Caetano Veloso em quatro ambientes preparados estrategicamente com luzes, telões e máquinas sonoras.

Enquanto os organizadores atraíram jovens para conhecer o antigo estilo musical por meios das diversas mídias, alguns amantes da Bossa não ficaram satisfeitos e alegaram falta de originalidade do evento. Este grupo seleto esperava encontrar os primeiros rascunhos de músicas, objetos pessoais dos personagens ou, até mesmo, os próprios instrumentos das célebres estrelas.

Mas se o objetivo foi relacionar a tecnologia com a modernidade musical, alcançou-se o feito. Faltou divulgar o cronograma da mostra para deixar os visitantes informados da programação. Documentários tinham cadeira cativa, mas duas horas de passeio eram poucas para conhecer a Bossa na Oca.



Máquina em formato de disco gigante toca clássicos com o comando da sombra das mãos