sábado, 7 de junho de 2008

Doenças em Mianmar

Enquanto o governo de Mianmar -antiga Birmânia- reluta em aceitar a ajuda internacional, a população desse país, no Sudeste Asiático, devastado pelo ciclone Nargis e, em seguida, por um maremoto, vive um dos momentos mais tristes de sua história e corre um novo risco com as epidemias de dengue e malária.

As doenças endêmicas na região encontram um ambiente propício para se desenvolver no delta do rio Irrawaddy. Em meio a casas e prédios demolidos, muita lama e áreas alagadas, os mosquitos transmissores, como o Aedes Aegypti, se reproduzem rapidamente. Até o momento, estima-se que 2,5 milhões de pessoas foram afetadas pelo ciclone e 128 mil pessoas morreram. Mas a tragédia pode ser ainda maior, especialmente quando se sabe que apenas um mosquito em seu ciclo de vida põe de 600 a 1.000 ovos. É preciso trabalhar eficientemente para evitar mais perdas humanas.

Se o governo não ceder à pressão internacional a população pode sofrer ainda mais com doenças fatais. A única "vacina" é a prevenção. Os Estados Unidos já aprenderam a lição. Após o furacão Katrina, que alagou Nova Orleans, o governo aplicou inseticida por via aérea, eliminando os focos de mosquito. Nas regiões pantanosas litorâneas da Florida e Geórgia é comum o tratamento aéreo para o controle de mosquitos, bem como após furacões, quando a destruição causada pelos ventos cria um ambiente propício para a proliferação de vetores de doenças. Inclusive a FMCA, Associação de Controle de Mosquitos em Ft. Meyers, na Flórida, treina anualmente de 150 a 200 pilotos nas técnicas de controle de mosquitos por avião.

O inseticida, além de eliminar os mosquitos expostos, cria uma barreira finíssima formada pelo filme de micropartículas do inseticida oleoso que se espalha sobre a água dos criatórios e mata as larvas quando as mesmas sobem para respirar.

Além dos Estados Unidos, pesquisas internacionais demonstram a eficiência do método de pulverização aérea também na Hungria e em Cuba, sem efeitos nocivos para a saúde humana e ao meio ambiente. Estamos falando de liberar 400 ml de inseticida por hectare. O resultado: redução de até 98% da população de insetos adultos 24 horas após a primeira aplicação.

Contra os fenômenos naturais não podemos lutar, mas se existe tecnologia para evitar mais mortes, esta é a hora do governo de Mianmar aceitar a ajuda internacional.

Por Marcos Vilela de M. Monteiro, engenheiro agrônomo, doutor em agronomia pela Esalq/USP

(Re)Estréia

Caros companheiros de viagem cultural, por um longo período estive ausente deste mural de idéias para uma boa causa - não somente minha, mas de toda sociedade. Por cerca de dois meses, cursei aulas on-line de Desenvolvimento Humano, destinadas a jornalistas. A experiência mostrou a necessidade e a prática de mudanças em nossos ambientes social e educacional. Espero que, com esta nova bagagem, eu possa trazer novas contribuições aos blogueiros.

Deixando de lado as mazelas de governantes ausentes, volto a escrever e indicar assuntos de utilidade pública. Na sexta-feira, 13 de junho, às 20h30, a TV Cultura leva ao ar, pela primeira vez, o programa Tal e Qual, uma faixa de programação da TAL – Televisão América Latina, canal internacional de conteúdos latino-americanos, que exibirá produções de diversos gêneros, sobre a cultura dos países latino-americanos.

Apresentado pelo cubano radicado no Brasil, Amaury Wilson, a atração exibe desde documentários e reportagens, até curtas-metragens e animações, produzidos em todos os países latino-americanos e levados ao ar sempre na versão original, na íntegra, com legendas em português ou espanhol.

Como ainda não estamos aptos a comentar os caminhos tomados pelo programa, segue como dica útil. Está certo que, todo comentário tem seu valor e serve para estimular novas práticas. Então, vamos acompanhar e discutir o valor da cultura latino-americana - sei que este rico valor é imenso e incontável.